terça-feira, 24 de julho de 2012

História

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A idéia da fundação de um clube no Bom Retiro era assunto preferido dos funcionários da estrada de ferro São Paulo Railway e moradores, sem exceção do bairro. E isso começou a amadurecer quando Joaquim Ambrósio, Carlos Silva, Rafael Perrone, Antônio Pereira e Anselmo Correia foram juntos, assistir no campo do Velódromo a estrela do time inglês Corinthian (sem o s final) Team, na tarde de 31 de agosto de 1910.
 Os ingleses derrotam a Associação Atlética das Palmeiras (nenhuma ligação com o Palestra Itália), por 2x0.
Voltaram do jogo maravilhados e com o pensamento mais forte na criação de um time de futebol no Bom Retiro.
Fundação
Um grupo de homens de vida humilde - os pintores de casa Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira e César Nunes; o sapateiro Rafael Perrone; o motorista Anselmo Correia; o fundidor Alexandre Magnani, o macarroneiro Salvador Lopomo, o trabalhador braçal João da Silva e o alfaiate Antônio Nunes - decidiram fundar o seu próprio clube de futebol.
Assim, às 20h30m do dia 1° de setembro, à luz do lampião de gás, altura do número 34 que iluminava a da Avenida dos Imigrantes (atual José Paulino), no Bom Retiro, treze pessoas sacramentaram a fundação do Sport Corinthians Paulista, eles se reuniram e redigiram o primeiro estatuto do clube. Faltava apenas financiamento para o sonho se realizar. Foi aí que Miguel Bataglia entrou em cena. Bataglia era um requintado alfaiate; aceitou participar e foi oficialmente nomeado o primeiro presidente.
O clube já tomava uma cara, mas faltava o nome. As idéias passaram por Santos Dummont, Carlos Gomes e até Guarani, mas nenhuma delas foi escolhida. Foi então que Joaquim Ambrósio sugeriu homenagear o famoso time inglês que fazia uma excursão pelo país: o Corinthian Football Club. O clube que se tornaria o mais querido do Brasil já tinha nome. A torcida e a imprensa chamavam a equipe de Corinthian’s Team. Assim, a letra "s" foi acrescentada ao nome, e o clube ganhou o elegante nome Corinthians.
Primeira diretoria e sede
A primeira Diretoria ficou constituída da seguinte forma: Miguel Bataglia (presidente); Salvador Lapomo e Alexandre Magnuni (vice-presidentes); Antônio Alves Nunes (secretário); João da Silva (tesoureiro) e Carlos Silva (procurador geral). O local onde se confirmou a fundação do Corinthians, foi a residência do Sr. Miguel Bataglia; mas onde o clube foi sonhado e que deve ser considerado seu berço foi o salão de barbeiro de Salvador Bataglia, irmão de Miguel, e que existia à rua Júlio Conceição, esquina da rua dos Italianos. As reuniões continuavam sendo no salão de barbeiro de Salvador, mas ficou pequeno e a sede foi transferida para a confeitaria de Antônio Desidério, na rua dos Imigrantes, nr. 34, esquina com a rua Cônego Martins.
Os primeiros jogos
A estréia aconteceu dez dias após a fundação, em 10 de setembro de 1910. O adversário era o União da Lapa, uma respeitada equipe da várzea paulistana. Jogando fora de casa e esperando levar uma goleada, o Corinthians já mostrava que não estava para brincadeiras, e jogando com muita raça, acabou perdendo por apenas 1 a 0.
O Timão jogou assim: Valente, Perrone e Atílio; Lepre, Alfredo e Police; João da Silva, Jorge Campbell, Luiz Fabi, César Nunes e Joaquim Ambrósio.
Foi apenas um deslize. Quatro dias depois, no Campo da Rua Imigrantes, o Corinthians já mostraria que nasceu para vencer: 2 a 0 sobre o Estrela Polar. A honra do primeiro gol coube ao atacante Luís Fabi, que assim entrou para a história do clube. Nesta partida o Corinthians formou com Valente, Perrone e Atílio; Lepre, Alfredo e Police; João da Silva, Jorge Campbell, Luís Fabi, César Nunes e Joaquim Ambrósio. Depois disso, foram dois anos de invencibilidade.
Com os bons resultados e o crescimento da torcida - que desde sempre já se mostrava fiel e fanática - o Timão passou a pleitear uma vaga no Campeonato Paulista (1913). A Liga Paulista resolveu conceder uma chance, mas o Corinthians teria que disputar uma eliminatória. Não deu outra: dois jogos, duas vitórias - 1 a 0 no Minas Gerais, em 23 de março de 1913, e 4 a 0 no São Paulo do Bexiga, sete dias depois - e o passaporte carimbado para disputar o Paulistão deste mesmo ano.
Na primeira partida oficial, o Timão tropeçou no Germânia, perdendo por 3 a 1. MasJoaquim Rodrigues escreveu seu nome na história do Corinthians como o autor do primeiro gol em partidas oficiais. O Coringão acabou seu primeiro Paulista em 4°. lugar.
Em 1914, começava a hegemonia: no segundo Campeonato Paulista que disputou, o Corinthians não deu chance para os adversários. Uma campanha arrasadora, com dez vitórias em dez jogos, 39 gols marcados e goleadas para todos os lados. Neco (12 gols) ainda se sagrou o artilheiro da competição.
Começava assim a história do Sport Club Corinthians Paulista, um clube que ao longo dos seus (mais de) cem anos passou pela várzea, lutou pelo profissionalismo, passou um jejum de 23 anos sem um título de expressão e foi rebaixado a série B do brasileirão. Mas invadiu o Maracanã, conquistou o Brasil e dominou o mundo.

terça-feira, 17 de julho de 2012

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS - CATOLICISMO

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Adorar
Ato com que se atesta a excelência de alguém e diante de quem se prostra em piedosa submissão.Em sentido mais estrito, significa o gesto com que se reconhece Deus como princípio e fim, e Senhor soberano de todas as coisas.
Ágape
O termo vem do grego: agápe, que significa amor. Com o sentido de banquete, foi usado pelo cristãos, nos quatro primeiros séculos, comemorando a ceia de Cristo.Atualmente, a palavra ágape é empregada para significar a santa comunhão, o banquete eucarístico.
Alamar
Termo empregado para designar a presilha que mantém atada a capa de asperges.Também significa o torçal que une a estola sacerdotal sobre o peito do que dela faz uso.
Álapa
Uma leve tapa na face do confirmando, por ocasião da administração da crisma. Historiadores eclesiásticos dizem que, a princípio, o Bispo dava um beijo no rosto do crismando. Posteriormente, o ósculo foi substituído por uma suave bofetada para significar a intrepidez da fé.
Aleluia
Aclamação litúrgica, tirada do hebreu, que significa “louvai o Senhor”. É frequente nos salmos. Na liturgia, é empregada como expressão de alegria e louvor. Não é usada na Quaresma, mas é muito frequente no Tempo Pascal.Fonte: www.catolicanet.com.br
Alfa e ômega
Primeira e última letra do alfabeto grego, respectivamente. São usadas na Bíblia para designar Jesus Cristo como o começo e o fim de tudo. Na liturgia da Vigília Pascal emprega-se esta imagem na bênção do círio pascal.Fonte: www.catolicanet.com.br
Altar
Ara ou pedra destinada aos sacrifícios. Para os cristãos é, além disso, mesa para o banquete comunitário. O altar fica no presbitério e deve ser o centro da atenção. O altar representa o Cristo. É por essa razão que lhe é prestada honra (beijo, incenso...) e que não se pode colocar sobre ele um objeto qualquer.
Alva
Em latim, significa “branca”. É uma vestimenta litúrgica, utilizada pelos bispos, presbíteros, diáconos e outros ministros, em forma de túnica branca, que cobre desde o pescoço até perto do calcanhar. Alva significa limpeza.
Ambão
Vem do verbo grego “anabainer” que quer dizer: subir. No caso, é a estante, situada em local de destaque, onde são efetuadas as leituras, na liturgia da palavra, e realizada a pregação. Ao final da idade média, o ambão evoluiu para o púlpito, usado pelos pregadores, e localizado sempre do lado onde se proclama o evangelho.
Âmbula
Cálice com tampa com a finalidade de conservar e distribuir as partículas consagradas. Enquanto contém o Santíssimo, costuma ser coberta com um tecido conhecido como “véu de âmbula”. Na Idade Média sua forma era de uma pequena caixa. O modelo redondo surgiu no século XVI. Seus outros nomes são: píxide e cibório
Amém
Palavra hebraica que expressa a confirmação do que foi dito, e que pode ser traduzida popularmente por: assim seja.Compete à comunidade de fé responder, com ele, às orações de quem as dirige, manifestando, assim, sua união espiritual ao seu conteúdo de fé e aos celebrantes. O termo amém pode significar também: eu creio.
AmitoÉ a primeira das vestes litúrgicas internas. Trata-se de um pano branco, pequeno, quadrangular, que o sacerdote católico põe sobre os ombros e ao redor do pescoço, antes de vestir a alva. É uma peça de origem egípcia, que São Bento trouxe para os monges de sua ordem.
Ângelus
Toque das Ave-Marias pela manhã, ao meio-dia e à tarde, com suas respectivas orações.Sua origem se deve ao franciscano São Boaventura, com a finalidade de cultuar o mistério da Incarnação do Verbo e honrar a Santíssima Virgem. O Papa Bento XIV prescreveu a antífona Regina Coeli em substituição ao Ângelus, no tempo pascal.
Ano Litúrgico
O ano litúrgico é formado por três ciclos: o do Natal, o Pascal e o Tempo Comum (este com dois períodos). Ao longo dessas três etapas se desdobra o mistério de Cristo: seu nascimento, sua vida pública, sua paixão, morte e ressurreição.(Fonte: Livro da Família/2003)
Assunsão do SenhorSegundo o Dicionário Aurélio, a Ascensão do Senhor significa “festa eclesiástica, comemorativa da glorificação de Cristo logo após a morte, representada, especialmente, como subida aos céus”.É uma festa móvel, no calendário cristão, que acontece 40 dias após o Domingo de Páscoa.
Ave Maria
Oração com que os cristãos veneram a Santíssima Virgem. Primeiramente, compunha-se das palavras do Arcanjo e de Santa Isabel: “Ave Maria, cheia de graça...” Posteriormente, acrescentou-se a segunda parte: “Santa Maria mãe de Deus...” de origem franciscana.
Ázimo
É o pão não fermentado, prescrito para a consagração das hóstias na igreja ocidental. Provavelmente a partir do século VIII todos os ritos se servem dele.O direito canônico permite que os fiéis recebam a eucaristia em qualquer rito. O uso do pão ázimo remonta à páscoa dos judeus.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O que é um Santo ?

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De acordo com a doutrina católica, é a pessoa que, tendo seguido os mandamentos de Cristo e ajudado a promover o bem, ao morrer está salva e junto de Deus, no céu. Pela fé cristã, mesmo quem tenha feito o mal a vida inteira pode tornar-se santo se, no último momento que antecede a morte, reconhecer seus erros e, sinceramente, pedir perdão a Deus. A Igreja, portanto, não faz santos. A ela cabe apenas reconhecer a santidade de alguém que, com a ajuda divina, a tenha conquistado pelos próprios méritos. Como nem mesmo o papa consegue saber o que se passa depois da morte, durante séculos a Igreja desenvolveu um complicado processo para comprovar se uma pessoa, ao morrer, já está salva. Ou seja, se virou santa.
Existem duas formas pelas quais a Igreja tenta descobrir se alguém é santo ou não. A primeira é pelo exame exaustivo da biografia do candidato, para assegurar-se de que ele realmente levou uma vida correta, ajudando a melhorar o mundo a sua volta. O outro sinal, considerado infalível, é o milagre - um evento extraordinário, inexplicável à luz da ciência ou de qualquer razão humana, e que, teoricamente, só é possível mediante a ação divina. Ocorre que, da mesma forma que a Igreja não faz santos, o santo também não faz milagre. Ele é apenas um intermediário entre um ser vivo, que solicita o milagre, e Deus, que o concede. Por isso, o milagre é considerado uma prova de santidade pelos católicos. Quando acontece, significa que o santo a quem foram dirigidas as orações está perto o suficiente de Deus para interceder em favor de alguém e ser atendido. O milagre é, portanto, um sinal do mundo dos mortos para o mundo dos vivos.
Durante séculos, esses dois parâmetros - a biografia ilibada do candidato a santo e os milagres obtidos mediante sua suposta intercessão - foram considerados os requisitos essenciais para o processo de santidade. Na primeira etapa, a da beatificação, era necessário que, além de comprovar que o candidato teve uma vida correta, fosse constatada a realização de pelo menos um milagre. Na etapa seguinte, a da canonização, exigia-se um segundo. Para não haver riscos de engano, os candidatos sempre passaram por um escrutínio rigoroso. Nisso também há mudanças.
Pelas regras do Vaticano, qualquer católico pode propor o início de um processo de beatificação, mas, até João Paulo II, cabia ao proponente provar que o candidato era santo, enquanto o tribunal da Igreja se esforçava para demonstrar o oposto. Daí surgiu a figura do "advogado do diabo", um promotor cuja função era demonstrar, por todos os meios, que o aspirante asanto tinha culpa em cartório. Por esse sistema, era considerado culpado (de não-santidade) até prova em contrário. Além disso, toda a investigação sobre a biografia do candidato e seus supostos atos milagrosos centralizava-se em Roma. João Paulo II mudou esse processo em 1983.
Agora, a candidatura não precisa mais ser encaminhada diretamente a Roma, como se fazia anteriormente. As dioceses locais ganharam autonomia para iniciar o processo e até mesmo fazer toda a investigação inicial sobre a vida do candidato a santo. Dessa forma, quando chega ao Vaticano, o processo está em uma fase bem adiantada e com o importante aval de uma parte da hierarquia católica (os bispos locais), que antes não era levada muito em conta. O papa descentralizou o trabalho de garimpar santos ao redor do mundo. Ao todo, são mais de 5.000 bispos com autonomia para cuidar das fases iniciais do processo.
Em Roma as coisas também mudaram. O procurador da Congregação da Causa dos Santos, nome oficial do antigo advogado do diabo, deixou de existir. Agora, a investigação cabe a um "colégio de relatores", que se encarrega de checar os dados biográficos do candidato enviados pelas dioceses locais. "A canonização deixou de ser um processo semelhante a um inquérito criminal para se parecer mais com uma tese de pós-doutorado", diz George Wiegel, um dos biógrafos de João Paulo II. Outra mudança: hoje, para que alguém seja beatificado, nem mesmo a comprovação de um milagre é necessária. Um exemplo disso é o padre José de Anchieta, o primeiro candidato a santo do Brasil, beatificado sem que nenhum milagre por sua intercessão tenha sido registrado oficialmente. O milagre só continua a ser fundamental na etapa seguinte, a da canonização.
A figura mítica dos santos não é uma criação exclusiva do catolicismo romano. Nas sociedades antigas era comum celebrar a memória de um morto poderoso dando-lhe status de divindade. A palavra apoteose vem do grego apothéosis, que significava a elevação de um ser humano à categoria dos deuses. Curiosamente, muitos dos primeiros cristãos foram martirizados e se tornaram santos justamente porque se recusaram a cultuar os imperadores como deuses.
Hoje outras religiões possuem figuras parecidas com as dos santos católicos. A Igreja Ortodoxa russa elevou ao altar o czar Nicolau II, assassinado pelos bolcheviques em 1917 durante a revolução comunista. Uma estátua do imperador foi instalada no centro de Moscou e recebe a visita de procissões de fiéis. A Igreja Luterana Evangelista de Nova York canonizou o pastor Martin Luther King, assassinado a tiros em 1968. O budismo também cultua divindades com funções parecidas com as dos santos católicos. Uma delas é Kannon, também representada nas imagens por uma mulher angelical segurando um filho nos braços. Entre 1600 e 1800, quando o cristianismo foi proibido no Japão, os fiéis passaram a venerar nos altares a santa oriental.
Do ponto de vista católico, os santos não existem apenas para intermediar milagres. Servem também de exemplo para os que estão vivos. Ao canonizar alguém, é como se a Igreja dissesse: "Veja o que essa pessoa fez de bom e tente imitá-la. Assim você também poderá salvar a sua alma". No começo do cristianismo, só os mártires, os que morriam pela fé, eram santos. O relato mais antigo chama-se "O Martírio de São Policarpo", do ano 167, e conta a morte do bispo da cidade de Esmirna, na atual região da Turquia. Todos os 54 primeiros papas morreram assim e foram imediatamente promovidos à condição de santos. Só no final do século IV surgiram as outras formas de santidade. Durante os primeiros 1 000 anos da Igreja, não havia processo algum de beatificação ou canonização. Os santos eram escolhidos por aclamação popular. Cabia aos bispos apenas referendar a vontade do povo.
São dessa época os santos legendários, cuja história real se mistura com a lenda, reproduzida de boca em boca durante a Idade Média. Uma dessas figuras é Santa Úrsula. Segundo relato medieval, era filha de um rei católico da Inglaterra e foi pedida em casamento por um príncipe pagão. Disposta a manter sua virgindade, ela conseguiu adiar o casamento por três anos. Como fez isso? Passou os três anos em alto mar, navegando junto às costas da Grã-Bretanha. Antes de partir, providenciou a companhia de onze filhas de nobres, todas virgens, e cada qual levou junto mais 1 000 virgens. No total, 11 000 virgens, distribuídas em onze navios. Ao final dos três anos, um forte vento levou as virgens e seus navios para longe da Inglaterra. Aportaram na Alemanha e, dali, seguiram a pé, em peregrinação, até Roma. Depois voltaram à cidade alemã de Colônia, onde foram todas martirizadas pelos hunos por se recusarem a abrir mão de sua virgindade e a renegar a fé em Cristo. Atualmente, Úrsula e as 11 000 virgens estão na galeria dos santos de existência duvidosa, não comprovada.
Fazer santos hoje envolve uma laboriosa rede no mundo católico. Grandes congregações religiosas, como a dos beneditinos, chegam a manter profissionais de plantão no Vaticano para zelar pelo bom andamento de seus processos de canonização. Até pouco tempo atrás, a defesa de uma causa consumia mais de 70 000 reais, em razão dos custos com pesquisas de documentos e as constantes viagens à Roma. Agora é possível aprovar um santo com metade desse dinheiro. Isso abriu as portas para candidatos de países e congregações mais pobres. "A simplificação do processo mudou o perfil dos eleitos", afirma o frei italiano Sergio Mariano Foralosso, autor de uma tese de mestrado sobre a distribuição geográfica das causas dos santos.
Em seu trabalho, Foralosso analisou centenas de processos do Vaticano entre 1895 e 1975. Até o final do século XIX, metade dos santos eram italianos e apenas 13% deles não tinham origem européia. Vinte anos atrás, o quadro já era bastante diferente. A porcentagem de santos não-europeus já havia dobrado. "As reformas recentes e a disposição do papa João Paulo II acentuaram ainda mais essa tendência", afirma Foralosso.
OBSERVAÇÕES
Em 2 000 anos de história da Igreja, João Paulo II é o que mais fez santos. Ao todo, já canonizou 447. Todos os outros 263 papas, somados, fizeram 302 canonizações. De uma leva só, no começo de outubro de 2000, o Papa canonizou 120 cristãos martirizados na China entre 1648 e 1930. Além disso, promoveu outras 1 052 pessoas à condição de beatas, o penúltimo estágio antes da santidade.
Na igreja, sob o comando de João Paulo II, o próprio conceito de santidade mudou. Antigamente, santos eram figuras míticas da fé cristã, pessoas de conduta e virtudes ímpares, capazes de se submeter às mais terríveis provações em nome da religião que professavam. Depois de mortas e já candidatas à santidade, eram responsáveis por milagres e feitos extraordinários. Com essas exigências, ser santo era uma meta quase inatingível para seres humanos normais, repletos de defeitos e fraquezas e expostos às tentações e ao pecado.
Os santos de João Paulo II, ao contrário, são pessoas comuns, sem nenhuma outra característica marcante que não seja ter levado uma vida honesta, fazendo o bem, rezando e seguindo os ensinamentos de Cristo. Nessa galeria de santos gente-como-a-gente há um jovem estudante, alpinista e jogador de futebol, uma pediatra mãe de família, uma empregada doméstica e um mordomo negro haitiano cuja biografia registra como feito mais notável ir à missa em Nova York todos os domingos e se dar bem com a vizinhança.
"Esse papa tem uma visão generosa do ser humano", diz o professor e psicólogo Ivan Rojas, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Ele acredita que qualquer pessoa pode ser santa, ainda que sem realizar nenhum feito extraordinário. A santidade não está mais confinada aos mosteiros e às sacristias. É uma vocação natural dos cristãos." Tome-se o caso do estudante italiano Pier Giorgio Frassati. Filho do fundador e diretor do jornal La Stampa, de Turim, Pier foi um jovem absolutamente normal. Gostava de esportes e excursões e estudou engenharia de minas. Morreu aos 24 anos, de poliomielite, e foi beatificado em 1990. Um dos motivos de sua beatificação, citados pelo Vaticano, é que, nas horas vagas, Pier visitava os pobres e ajudava as pessoas necessitadas. Também organizou a Federação dos Universitários Católicos italianos. São razões nobres e merecedoras de admiração por parte da Igreja, mas no passado dificilmente alguém tão jovem e com um currículo tão modesto de boas ações seria promovido a santo.
Para facilitar o acesso das pessoas comuns ao status da santidade, o Papa simplificou o processo de beatificações e canonizações. Do ponto de vista do processo canônico, hoje é muito mais fácil virar santo do que vinte anos atrás. Katharine Drexel, milionária americana que usou sua herança de 20 milhões de dólares para fundar uma ordem missionária, foi canonizada no começo de outubro, apenas 45 anos depois de sua morte. Antigamente, para que alguém virasse santo era preciso que o processo se arrastasse na burocracia do Vaticano durante dois ou três séculos, em média. O atual papa reduziu de cinqüenta para cinco anos a exigência de tempo mínimo entre a morte do candidato e o início de seu processo de santificação.


Fonte: Revista Veja, edição de 20/12/2000, título: Santo - Você ainda pode ser um"

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Por que a Santa Clara é a padroeira da TV?

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"Comemoramos em agosto, precisamente no dia 11, o dia de Santa Clara, padroeira da televisão.
Clara era da cidade de Assis, Itália. De forma simples e humilde, conviveu com São Francisco, fundador de três Ordens Religiosas, incluindo a das Clarissas ou Ordem das Damas Pobres.
E como a bondade é contagiante, abriu um caminho feminino franciscano de paz, fé e simplicidade.
Já no fim de sua vida, doente, Clara não pôde participar da celebração de Natal. Para os franciscanos, essa festa é muito especial, tanto que foi Francisco quem primeiro montou um presépio.
Clara tanto desejou estar com suas irmãs que algo extraordinário aconteceu: de seu quarto, pôde assistir a toda a cerimônia. Quando elas voltaram da igreja, foi Santa Clara quem deu os detalhes da liturgia!
Esse episódio, muitos séculos depois, levaria Clara de Assis a ser declarada a padroeira da televisão. De forma milagrosa, ela foi a primeira a assistir à TV.
E como Deus sempre faz bem feito, penso que já deve ter sido uma transmissão em HD, em alta definição.
Ainda hoje muitos se servem da TV para participar de missas, terços, orações, seja por causa de uma doença, pela distância de um templo ou por tantos outros motivos ligados ao nosso corre-corre diário.
É a isso que se propõem as emissoras de inspiração católica: disponibilizar uma cultura de paz, de valores e chamar a um exercício da cidadania, da solidariedade, na esperança de construção de uma sociedade diferente.

S anta Clara, com sua vida e exemplo nos convoca a
A mar sempre e com passos ligeiros se colocar
N o seguimento de Jesus pobre e crucificado
T ecendo relações de fraternura com
A coragem de romper com poderes e privilégios.


C onfiantes na força da Divina Ruah
L ibertos de todos os vícios e pecados
A legres e iluminados, ungidos e enviados
R ecriar a esperança e lutar pelo sonho do
A mor que se faz pão partilhado e sangue derramado.


D ivino é o chamado a sermos humanos e amantes
E xperimentando desejos e anseios pelo Bem amado!


A creditar e ter sempre os olhos fixos no ponto de partida
S aberemos por onde caminhar em tempos de travessia
S ervindo a Jesus nos pequenos e excluidos e
I dentificados com sua paixão
S ermos testemunhas de vida e ressurreição


Ana Paula Guimarães
Missionária e superintendente da TV Canção Nova

terça-feira, 3 de julho de 2012

O que é a fé?

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A fé católica é coisa absolutamente diversa de uma simples crença.


Falamos do equívoco que é ver a religião como fenômeno exclusivamente sentimental e subjetivo, sem relevância intelectual e sem referência à realidade das coisas. Dizíamos que tal equívoco nasce de dois outros erros: (1) um que faz a religião depender somente da fé, como se não houvesse verdades religiosas que o homem pudesse conhecer à luz de sua razão natural; (2) outro que consiste numa falsa visão da fé, que é confundida com mera crença. Ora, como dissemos naquela oportunidade, esses dois erros são eliminados quando mostramos que: (1) existem verdades religiosas naturalmente acessíveis ao conhecimento humano; (2) a fé católica, como virtude teologal, é coisa diferente de uma simples crença.
E vamos começar desenvolvendo o segundo desses pontos: a fé católica é coisa absolutamente diversa de uma simples crença. É importante frisar isso, porque, hoje em dia, as pessoas parecem já não mais saber o que é fé, acham que ter fé é acreditar em qualquer coisa. Porém, como sublinhou o atual Papa Bento XVI, quando ainda era o Cardeal Ratzinger, responsável pela Congregação da Doutrina da Fé (órgão que assessora o Santo Padre na defesa da fé), na famosa declaração Dominus Iesus: «Deve-se manter firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões» (n. 7 do documento).
Precisamos, portanto, retomar o sentido da fé. Para isso, podemos recorrer ao significado primitivo e etimológico da palavra. Fé (do latim fides) significa a confiança que depositamos na palavra de alguém. Este sentido ainda está bem presente em expressões legais, como “boa-fé” ou “má-fé”. Um oficial de justiça, por exemplo, quando atesta algum acontecimento, escreve “certifico e dou fé”; com isso ele quer dizer que é verdade o que ele está atestando e que as pessoas podem confiar no que ele está falando. Dos documentos lavrados em cartório também se diz que têm “fé pública” – é mais uma aplicação do mesmo sentido.
Quando confiamos na palavra de um homem, temos o que se chama “fé humana”. A fé humana é um meio de conhecimento, grande parte dos conhecimentos que temos de história, geografia ou de ciências naturais chega a nós por meio da fé humana. São conhecimentos que não podemos verificar por nós mesmos; todavia, nós os aceitamos confiando na palavra dos que nos ensinaram. Por exemplo, só sabemos que a Independência do Brasil foi proclamada em 1822 porque confiamos nos documentos que nos relatam isso e acreditamos no magistério dos historiadores – nenhum de nós já havia nascido àquela época e poderia verificar tal fato por si mesmo.
Como afirmei acima, quando aceitamos como verdade o que nos diz determinado homem, digno de confiança, temos o que se chama fé humana. Porém, quando aceitamos como verdadeira a Palavra revelada de Deus, temos o que se chama “fé divina”. É por isso que o Catecismo da Igreja Católica, nos seus parágrafos 142 e 143, define a fé como «a resposta do homem ao Deus que se revela».
Ter fé, portanto, não é acreditar em qualquer coisa; ter fé é aceitar como verdadeira a Palavra revelada de Deus, é aderir voluntariamente às verdades que Deus comunicou à humanidade, sem as aumentar nem as diminuir.
Isso, por si só, já mostra o quão distante está a fé católica de uma simples crença. A fé é um conhecimento, mas uma simples crença não é conhecimento. Uma crença pode ser puro fruto da imaginação, da fantasia e da subjetividade do crente. No entanto, a fé está baseada no fato histórico e objetivo da Revelação. A fé é um conhecimento sobrenatural historicamente transmitido por Deus à humanidade. «Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos por meio de seu Filho» (Hb 1,1-2).
O católico, portanto, não é um crente, mas um fiel, que guarda na inteligência e no coração o conhecimento sobrenatural transmitido aos homens por Deus. Este conhecimento sobrenatural em que consiste a fé está depositado nas duas fontes da Revelação divina, a Sagrada Escritura e a Tradição Apostólica, e nos é transmitido por intermédio do magistério da Igreja. Entretanto, existe um conhecimento natural de Deus que, de certo modo, consiste num preâmbulo da fé e do qual pretendemos falar, com a ajuda do Altíssimo.


Curiosidades Católicas por Rodrigo R.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Santíssima Trindade

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Vários nomes são dados ao ato de reunir um povo, um grupo e juntos caminharem com um objetivo: Estar mais perto do Senhor. Em nosso Brasil, as tão conhecidas romarias, excursões religiosas, passeios de grupos ligados à Igreja, que ouvimos falar, se resumem nesta palavra: PEREGRINAR. Se observarmos na Bíblia, os profetas, os salmistas e muitos outros trechos do Antigo Testamento, veremos que eles nos falam muito de peregrinação. Era o povo de Deus que caminhava unido, ora rumo à cidade santa ora para os lugares sagrados, o templo, entre outros. Vejamos alguns exemplos:
Todos nós nos lembramos da grande peregrinação que o povo de Deus fez durante os 40 anos pelo deserto, junto com Moisés. Nada lhes faltava. Havia a alegria da providência ao longo do caminho, mas também, a murmuração.
O que falar do salmista que nos narra a alegria que era quando ia para a casa do Senhor: “Que alegria quando me disseram, vamos para casa do Senhor: Eis que meus pés se estacam diante de tuas portas, oh Jerusalém” (Salmo 121, 1- 2).
O município de Trindade (GO) está entre os três maiores pontos turísticos religiosos do país. Junto com Aparecida (SP), onde se encontra o Santuário da padroeira do Brasil, e Belém (PA), onde acontece o Círio de Nazaré; a Capital da fé disputa o título de maior lugar de peregrinação religiosa.
 
Desde a descoberta do medalhão, por um casal de agricultores, há mais de 170 anos, os devotos do Divino Pai Eterno saem de vários lugares com destino ao Santuário Basílica. Três milhões e meio de romeiros visitaram o município no ano passado e, a cada ano, o número aumenta.

No Brasil, existem mais de trezentas cidades que são pontos de turismo religioso. Eventos, procissões, encenações, devoções populares, festas de padroeiros, encontros religiosos e locais de grande valor espiritual. Assim como Trindade, são lugares que recebem milhares de pessoas movidas pela fé, em busca de paz,  graças, devoção e  fé.
Fiz uma caminhada com muita revelação e com a presença de uma multidão de jovens de espírito!!! Com a Graça de DEUS estarei ano que vem para mais uma caminhada, com muita gratidão ao Divino Pai Eterno.


Ricardo, Maria, Madalena e Milena - Comunidade Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Vila Nova, Goiânia-Go
Peregrinação para Trindade – 2012.